A comunicação é uma habilidade clínica parte 1
As habilidades de comunicação descritas a seguir são essenciais para o desenvolvimento de uma relação de colaboração...
Número da edição 1 Comunicação
Publicado 28/01/2021
Disponível em Français , Deutsch , Italiano , Română , Español e English
Uma das principais habilidades para estabelecer relacionamentos com os outros é a empatia. A empatia é um elemento essencial para manifestar a compaixão. Dito isso, de todas as habilidades utilizadas em uma consulta, a empatia é a mais frequentemente considerada pelos alunos como um traço de personalidade e não como uma habilidade. Sem dúvida, um dos primeiros passos para transmitir empatia é a motivação interna de realmente querer entender a perspectiva do cliente, juntamente com outras habilidades de comunicação importantes para a transmissão desse conhecimento. Embora alguns de nós sejamos naturalmente mais empáticos, as habilidades necessárias para a comunicação de empatia podem ser aprendidas.
Não é o suficiente pensar apenas com empatia. Você deve comunicar isso também.
A empatia requer o uso de uma abordagem em três etapas:
1. Reconhecer os problemas, dilemas ou sentimentos de outras pessoas, tentando compreender a sua situação.
2. Comunicar esse entendimento ou compreensão de volta à pessoa.
3. Fazer uma pausa – pare completamente, para que o outro possa assimilar o que foi dito e tenha a oportunidade de falar mais ou, simplesmente, perceber a sua preocupação.
Ao contrário da simpatia, que é mais um sentimento de piedade, pena ou preocupação (alheio aos sentimentos ou dilemas reais do cliente), a empatia não consiste apenas em ser sensível aos problemas do cliente, mas também em comunicar abertamente essa sensibilidade a ele (Figura 2). Não basta pensar com empatia, também é preciso comunicá-la. O uso da empatia em momentos certos é uma forte habilidade facilitadora para os clientes se abrirem mais e compartilharem seus pensamentos e preocupações. Essas informações são vitais não só para compreender o cliente, mas também para obter os melhores resultados para o paciente, tendo as preocupações do cliente em mente.
Frases empáticas são comentários de apoio que vinculam especificamente o “eu” do médico-veterinário ao “você” do cliente. Esses comentários nomeiam e valorizam o afeto ou a situação do cliente. A empatia verbal é reforçada quando acompanhada de comunicação não verbal, o que inclui expressões faciais, proximidade, toque, tom de voz ou uso de silêncio.
Exemplos:
• “Percebo que o sr./a sra. não estava prevendo o custo necessário para a recuperação do Riley.”
• “Vejo que o sr./a sra. está muito animado(a) com o seu novo filhote.”
• “Sinto que esta é uma situação frustrante para o sr./a sra.”
• “Dá para notar que o sr./a sra. é muito apegado(a) a Barney e deseja o melhor para ele.”
Não é necessário compartilhar a mesma experiência que o cliente, nem precisamos sentir que, para nós mesmos, tal situação seria igualmente desafiadora ou difícil ou, então, que sentiríamos o mesmo. No entanto, o que precisamos é olhar para a situação pela perspectiva do cliente e comunicar a nossa compreensão a ele.
Antje Blaettner
Para ter êxito em cada consulta, é vital estabelecer uma relação com o cliente e, nesse caso, a empatia exerce um papel fundamental. Dito isso, em um estudo conduzido com 300 consultas de pequenos animais (150 saudáveis e 150 enfermos), foi indicado que os médicos-veterinários expressaram empatia em apenas 7% das consultas 1
Na maioria das consultas, estima-se que existam oportunidades para demonstrar empatia, mas geralmente elas passam despercebidas. Foi demonstrado que o treinamento em comunicação com médicos fez uma diferença significativa na expressão de empatia desses profissionais durante as interações com os pacientes 6 meses após esse treinamento 2. Fica claro que a empatia pode ser ensinada, aprendida e integrada ao dia a dia da clínica. Quando consideramos o grande impacto que a empatia exerce sobre o estabelecimento de uma relação, vale a pena investir nessa habilidade.
Shaw JR, Adams CL, Bonnett BN, Larson S, Roter DL. Use of the roter interaction analysis system to analyze veterinarian-client-patient communication in companion animal practice. JAVMA 2004;225(2):222-229
Bonvicini KA, Perlin MJ, Bylund CL, Carroll G, Rouse RA, Goldstein MG. Impact of communication training on physician expression of empathy in patient encounters. Patient Educ Couns 2009;75(1):3-10.
Miguel Ángel Díaz
Miguel received a degree in Veterinary Science in 1990. After working at several clinics he opened his own clinic in 1992 Leia mais
Iván López Vásquez
Iván comes from a family of veterinarians; his father and older brother share the same passion. He obtained his degree from the Universidad de Concepción Leia mais
Cindy Adams
Cindy Adams é professora do Departamento de Ciências Clínicas e Diagnósticas Veterinárias na Faculdade de Medicina Veterinária da University of Calgary, onde ela desenvolveu e implementou o Clinical Communication Program (Programa de Comunicação Clínica) da nova Faculdade de Medicina Veterinária de Calgary. Leia mais
Antje Blättner
A Dra. Blättner estudou em Berlim e Munique e, depois de se formar em 1988, ela montou e administrou sua própria clínica de pequenos animais. Leia mais
As habilidades de comunicação descritas a seguir são essenciais para o desenvolvimento de uma relação de colaboração...
Com frequência, os médicos-veterinários se concentram no pet e se esquecem do tutor...
Muitas vezes, a primeira recomendação de uma clínica vem de algum parente próximo, de amigos ou da Internet...
Fazer perguntas abertas aos tutores, especialmente no início de uma consulta...
A empatia requer o uso de uma abordagem em três etapas:
1. Reconhecer os problemas, dilemas ou sentimentos de outras pessoas, tentando compreender a sua situação.
2. Comunicar esse entendimento ou compreensão de volta à pessoa.
3. Fazer uma pausa – pare completamente, para que o outro possa assimilar o que foi dito e tenha a oportunidade de falar mais ou, simplesmente, perceber a sua preocupação.
Ao contrário da simpatia, que é mais um sentimento de piedade, pena ou preocupação (alheio aos sentimentos ou dilemas reais do cliente), a empatia não consiste apenas em ser sensível aos problemas do cliente, mas também em comunicar abertamente essa sensibilidade a ele (Figura 2). Não basta pensar com empatia, também é preciso comunicá-la. O uso da empatia em momentos certos é uma forte habilidade facilitadora para os clientes se abrirem mais e compartilharem seus pensamentos e preocupações. Essas informações são vitais não só para compreender o cliente, mas também para obter os melhores resultados para o paciente, tendo as preocupações do cliente em mente.
A empatia requer o uso de uma abordagem em três etapas:
1. Reconhecer os problemas, dilemas ou sentimentos de outras pessoas, tentando compreender a sua situação.
2. Comunicar esse entendimento ou compreensão de volta à pessoa.
3. Fazer uma pausa – pare completamente, para que o outro possa assimilar o que foi dito e tenha a oportunidade de falar mais ou, simplesmente, perceber a sua preocupação.
Ao contrário da simpatia, que é mais um sentimento de piedade, pena ou preocupação (alheio aos sentimentos ou dilemas reais do cliente), a empatia não consiste apenas em ser sensível aos problemas do cliente, mas também em comunicar abertamente essa sensibilidade a ele (Figura 2). Não basta pensar com empatia, também é preciso comunicá-la. O uso da empatia em momentos certos é uma forte habilidade facilitadora para os clientes se abrirem mais e compartilharem seus pensamentos e preocupações. Essas informações são vitais não só para compreender o cliente, mas também para obter os melhores resultados para o paciente, tendo as preocupações do cliente em mente.