Dermatite Miliar Felina
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Número da edição 28.1 Nutrição
Publicado 29/10/2021
Disponível em Français , Deutsch , Italiano , Polski , Español e English
Identificar e escolher uma dieta adequada para cães e gatos com reação adversa a alimentos não é algo tão simples e, por isso, alguns erros podem ser cometidos por puro desconhecimento. Neste artigo, o Dr. Jérôme Naar e a Dra. Isabelle Lesponne nos fornecem um breve panorama sobre como a Royal Canin garante que suas dietas “Anallergenic” estejam livres de proteínas indesejáveis.
Estudos recentes destacaram que o conteúdo de muitas dietas que afirmam ser apropriadas para o manejo de reações adversas a alimentos é potencialmente inadequado para essa finalidade.
As dietas Anallergenic da Royal Canin são fabricadas de acordo com rigorosos padrões de qualidade que garantem sua idoneidade e adequação para os animais acometidos por reações adversas a alimentos.
As reações adversas a alimentos em cães e gatos são uma causa relativamente comum de consultas dermatológicas em clínicas veterinárias. As dietas comerciais para reações adversas a alimentos são frequentemente utilizadas tanto para o diagnóstico (mediante o teste de eliminação) como para o tratamento da condição. Para isso, existem duas amplas categorias de dietas disponíveis:
1. Dietas com uma fonte de proteína “selecionada” ou “nova”, contendo uma quantidade limitada de fontes proteicas e – idealmente – uma única fonte de carboidratos.
2. Dietas hidrolisadas contendo proteína parcial ou extensamente hidrolisada.
Os testes com dieta de eliminação podem estar sujeitos a várias falhas em potencial, ou seja, alguns erros podem ser cometidos durante a sua realização. Os principais motivos de preocupação com uma dieta de eliminação são que ela esteja livre de qualquer outra proteína (na fabricação de alimentos para pets, deve-se prestar uma atenção especial à possível contaminação cruzada) e se ela corresponde a uma dieta com proteína hidrolisada que garanta um nível de hidrólise suficiente a ponto de não ficar nenhum fragmento alergênico residual. Estudos recentes destacaram que algumas dietas comercializadas para o controle de reação adversa a alimentos (principalmente aquelas vendidas sem prescrição veterinária) contêm ingredientes e/ou proteínas de alto peso molecular não declarados no rótulo; por exemplo, foram encontradas diferenças entre o resultado das análises proteicas e as proteínas declaradas no rótulo em cerca de 75% das dietas testadas 1 2 3. Por esse motivo, para garantir a ausência de contaminação cruzada nos produtos, é necessário levar em conta três elementos-chave: (a) caracterização completa das matérias-primas, (b) equipamentos e processos de limpeza adequados para tal finalidade, e (c) controles analíticos ideais.
Recentemente, foi realizado um estudo para confirmar a composição proteica específica das dietas Anallergenic da Royal Canin para cães e para gatos (à base de proteína de penas de aves extensamente hidrolisada e amido de milho), bem como para avaliar a eficácia do processo de controle do risco de contaminação cruzada.
• A composição proteica é determinada por meio de técnicas cromatográficas, eletroforéticas e proteômicas de alta sensibilidade por um laboratório externo independente. Os resultados obtidos confirmaram o extenso nível de hidrólise proteica (Figura 1), a ausência de proteínas nos palatabilizantes (inclusive do revestimento do croquete [kibble]) e a inexistência de contaminação cruzada 4. Foi detectada a glicoproteína do amido de milho (amido-sintase unida a grânulos), a qual, apesar de ser ubíqua (i. e., presente em todos os lugares), não se conhecem os efeitos adversos em pets até o presente momento; por outro lado, não foram encontradas proteínas de transporte de lipídios (também conhecidas como proteínas transportadoras de lipídios ou proteínas de transferência de lipídios), cujo potencial alergênico é bem reconhecido. Foram obtidos os mesmos resultados para as dietas de cães e de gatos 4.
• Os riscos de contaminação cruzada são avaliados testando cada lote de produção através da análise baseada no DNA em três etapas específicas (Figura 2). Isso envolve a medição do conteúdo total de DNA na dieta e a comparação dos resultados com um limiar de conformidade estabelecido durante um ensaio multicêntrico pré-clínico 5. Se um nível de DNA for detectado acima desse limiar, realiza-se uma análise de PCR para identificar a fonte de contaminação. Para correlacionar o DNA com proteínas indesejáveis, empregam-se “curvas de calibração”, a fim de determinar a concentração real da proteína presente.
Desde o lançamento da dieta Anallergenic em 2011, esse método foi utilizado para testar mais de 2.500 lotes de produção, e todos estavam em conformidade com os padrões exigidos. Isso permitiu que os lotes fossem liberados da fábrica para a comercialização no mercado.
Agradecimentos ao Mars Petcare Central Laboratory (Laboratório Central da Mars Petcare), Aimargues (França), e ao Luxembourg Institute of Science & Technology (Instituto de Ciência e Tecnologia de Luxemburgo).
Graças às medidas rígidas de controle de qualidade (seleção cuidadosa das matérias-primas, protocolos estritos de fabricação e métodos de limpeza, bem como análises rigorosas de DNA), não existe contaminação cruzada nas dietas Anallergenic. Isso, juntamente com a extensa hidrólise proteica comprovada, permite garantir a eficácia e confiabilidade clínicas ideais de uso do produto para o diagnóstico e tratamento das reações adversas a alimentos 6 7 8.
Jérôme Naar
O Dr. Naar tem formação em bioquímica, ciências ambientais e toxicologia e, em 2012, ingressou na Royal Canin como especialista na equipe de Qualidade e Segurança de Alimentos no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento. Leia mais
Isabelle Lesponne
A Dra. Lesponne se formou na Faculdade Nacional de Veterinária de Toulouse em 2001 e trabalhou em clínica de pequenos animais por alguns anos, antes de se mudar para uma empresa farmacêutica veterinária em 2007. Leia mais
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